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ANAIS
 
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44º COLÓQUIO DO COMITÊ BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA ARTE

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"Tramas Teórico-Artísticas: Teias, Texturas e Narrativas na História da Arte"
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Centro Cultural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Campus Central | Porto Alegre | RS
de 21 a 26 de outubro de 2024
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  Sessão Temática 1 - VIAGENS, PRÊMIOS, REDES E A CIRCULAÇÃO DA ARTE E DOS ARTISTAS NO BRASIL
Coordenadoras: Ana M. T. Cavalcanti (UFRJ/CBHA), Elaine Dias (UNIFESP/CBHA) e Maria de Fátima Morethy Couto (UNICAMP/CBHA)
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Ementa: A presença de artistas estrangeiros no Brasil e as relações de artistas brasileiros com o meio artístico de outros países não datam de hoje. Se no século XVII, holandeses pintaram as paisagens e gentes de nosso país, o século XIX viu crescer a passagem dos pintores viajantes, após as mudanças políticas de 1808. Merece destaque a atuação dos franceses que para cá vieram em 1816 e implementaram o ensino artístico oficial com a Academia de Belas Artes, assim como aqueles que residiram no país, produzindo suas obras em ateliês privados. No decorrer do século XIX, a Academia organizou Prêmios de Viagem concedendo estadias na Europa aos artistas em formação. Na Itália ou na França, brasileiros criaram redes de contato com artistas e instituições. A circulação de obras e artistas estrangeiros no Brasil também ganhou incremento no século XIX, Salões de arte e exposições incentivaram o início de um mercado de arte entre nós.
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Já no século XX, um papel de grande importância coube às Bienais de São Paulo. Almejando criar um espaço de legitimação e de promoção da arte brasileira e latino-americana em um circuito ampliado, as bienais promoveram diálogos horizontais e conexões mais sólidas entre os países da região. Relações interinstitucionais consistentes geraram novos fluxos culturais e aceleraram a circulação de obras, artistas e agentes culturais no Brasil e na América Latina a partir dos anos 1950. Até sua 14ª edição (1977), a Bienal de São Paulo incluía prêmios regulamentares, menções honrosas e prêmios-aquisição, patrocinados por empresas, órgãos públicos e empresários.
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As bienais e mostras artísticas sazonais de perfil internacional e contemporâneo são, ainda hoje, formas de intercâmbio e de fricção cultural entre grupos e nações e de negociação entre agentes do mundo da arte. Enquanto espaços legitimadores, as movimentações e embates ali produzidos geram choques, associações e disputas no campo da arte e da cultura e tornam evidentes as contradições embutidas em categorias como local, regional, internacional e global em um mundo regido por divisões geopolíticas, interesses econômicos e complexas relações de poder. De que modo tais contatos marcam a produção artística nacional ou estrangeira? Como esse sistema de legitimação gerou controvérsias e debate sobre os excluídos? Nesta sessão temática, propomos pensar a arte, os artistas e os objetos artísticos em suas várias dimensões, a partir de uma análise crítica de seus deslocamentos em diversos ambientes físicos, culturais e simbólicos.
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